Terça-feira, 13 maio 2025
 
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Murutinga enfrenta crise no Hospital

O ex-prefeito Pimentel era provedor da Santa Casa e deixou o cargo assim que acabou seu mandato na Prefeitura, mas não providenciou sucessor

Murutinga do Sul - O município de Murutinga do Sul deve fechar o hospital, numa crise que se aprofundou durante a gestão do ex-prefeito Gilson Pimentel. Ele acumulou funções de prefeito e também de provedor da Santa Casa local.

No último dia do ano passado o prefeito deixou a Prefeitura e também a direção do hospital, mergulhado num dívida que só poderá ser paga com a venda do patrimônio imobiliário. Os números ainda não foram confirmados, mas o atual prefeito José Célio disse que estima-se em mais de R$ 1 milhão as dívidas com ações trabalhistas e o não recolhimento de outas obrigações como Fundo de Garantia e Previdência Social.

O ex-prefeito e ex-provedor exerceu funções não recomendadas na lisura da administração pública. Em relatório encaminhado ao Executivo de Murutinga do Sul, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo citou textualmente : “não há uma separação administrativa clara entre a gerência da Irmandade da Santa Casa de Murutinga do Sul e da Prefeitura, uma vez que o chefe do executivo é o provedor da entidade, contrariando da transparência e da impessoalidade”. Além disso, o Tribunal advertiu que “o prefeito aprovou o relatório do provedor ( que era a mesma pessoa ), sem apresentação de peças contábeis e de aprovação das contas pela diretoria”.

Nesse caos o prefeito José Célio disse ter sido convidado pelo ex-prefeito a “indicar” um provedor para assumir em seu lugar. Mas José Célio disse que não poderia interferir na direção da Santa Casa que é regida por uma Irmandade. “A entidade precisa convocar uma assembleia e eleger o sucessor de Gilson, assumindo todas as responsabilidades”.

O prefeito considera inviável manter um hospital totalmente com recursos da Prefeitura. Por isso, ele distribuiu na cidade um manifesto onde justifica que sua obrigação Constitucional será garantida, ou seja, o atendimento de urgência com estabilização do paciente e encaminhamento para o hospital mais adequado será feito pela Prefeitura.

José Célio disse que o atendimento médico e as demais atividades de Saúde do município serão concentradas no prédio da Unidade Básica de Saúde, que passou a se chamar Unidade Mista de Saúde. Os atendimentos serão de forma agendada pela equipe do Programa Saúde da Família ou pelo usuário entre 7 horas da manhã e 5 da tarde ( 17 horas ). O atendimento de urgência será mantido até 23 horas de todos os dias no mesmo local, sendo que após esse horário os pacientes serão encaminhados para a rede de atendimento da Saúde na região.

Antônio José do Carmo - Jornal do Assentado.