Ex-diretora de Cultura diz que não tinha autonomia para atuar
Nova Independência – A ex-diretora do Departamento de Cultura Juliana Angeloni está vivendo nova fase de sua vida; agora como empresária no ramo de doces finos em Barra do Garças/MT.
Juliana disse que “se dedicou muito, mas o respaldo da administração municipal Neusa Joanini (PSDB) era muito pequeno, somente quando era de interesse deles (família Joanini aparecer). Quando o beneficio não era tão grande na visão deles, mas que iria beneficiar a população o respaldo era zero. Foi o caso de não conseguir realizar o batizado da capoeira, no qual eles achavam que não era importante para a administração, ou quando tive que cancelar o 1º Encontro da Dança Regional, por não ter apoio da administração e isso me deixou decepcionada.
Outro exemplo foi a programação de fim de ano, depois de decorar toda a cidade para o Natal, a Cultura incluiu 10 dias de eventos no qual a prefeita compareceu em apenas uma vez e seu filho Thiago Joanini, que era quem dizia o que podia ou não ser feito na cidade, não liberou nem a propaganda volante, fazendo com que o evento não tivesse o sucesso que deveria ter, justamente por falta de conhecimento do publico” – relembrou Juliana.
“Durante o Mapa Cultural Paulista, que o município de Nova Independência ficou conhecido dentro da cultura estadual, também não tivemos respaldo algum. Tudo era conquistado com muita luta pelo Departamento de Cultura, com empenho dos servidores, mas a luta maior era pra conseguir usar a verba destinada para a cultura, já que o interesse maior era de deixar caixa para o rodeio, onde 60% da verba era destinada para o rodeio, show do rodeio e estrutura do rodeio” – acrescenta.
Já os alunos dos projetos culturais ficavam sem instrumentos musicais, sapatilhas, uniformes de dança, quimonos, uniformes da capoeira e principalmente, sem o lanche no qual achávamos que tinha que ter, já que varias crianças passavam a tarde toda no Departamento de Cultura.”
Juliana Angeloni ao ser indagada por nossa reportagem se ela se lembrava de ter assinado alguma Nota Fiscal que não era de serviço realizado pela Cultura, foi categórica – “sim, foi pedido para assinar algumas notas das quais não eram do meu departamento , mas que foi depositada dentro da pasta de verba da cultura, mas não utilizada no setor”.
A ex-diretora de Cultura acrescenta - “o departamento (Cultura) tinha somente a função de fazer toda a documentação dos eventos, e fazer uma pesquisa de atrações para as festas, mas todas as contratações e preços eram discutidos com o sr. Thiago joanini. Nem os valores das contratações o departamento ficava sabendo.
Ele(Thiago) só ligava e avisava que já tinha fechado o evento e comunicava a atração para que nós do departamento pudéssemos fazer as propagandas. Nunca, dentro desse ano de trabalho , eu como dirigente cultural pude escolher uma atração. Então o que acontecia, por quanto saia, como era pago nunca soubemos, mas logo depois comecei a perceber que varias atrações se repetiam durante o ano, onde o caso deve ser investigado mais profundamente para sabermos” – recorda com certa frustração.
Juliana se recorda que algumas contratações eram fechadas para dois eventos no município - “foi o caso do carnaval (2013), a banda Madri in concert retornou novamente no baile da rainha do rodeio. Já Tato e Nando fez uma festa no Coliseu e retornou no rodeio e o mesmo empresário do Pedro Paulo e Alex (rodeio) fez o carnaval deste ano (2014).
Juliana Angeloni diz que fez o que pode para ajudar no desenvolvimento da Cultura no município, mas infelizmente a administração municipal não tem interesse que a população venha a receber todos os benefícios que o Departamento de Cultura possa proporcionar no dia-a-dia, pois somente se quer fazer de fato, são algumas festinhas para “passar mel na boca do povo” – “se eu for chamada pela Câmara Municipal para depor em alguma CEI, pode ter certeza que estarei presente para dar minha contribuição em prol da população independentina” – afirmou.
Juliana disse não saber até hoje os verdadeiros motivos de ter sido dispensada, mas acredita que deva ter ligação com o fato de a mesma não ter assinado algumas notas de outros departamentos, cujos serviços não foram realizados pelo setor de Cultura – “é só fazer um levantamento detalhado em todos os departamentos, que verão que muitos serviços que foram pagos por departamento A ou B, não foram executados por aquela pasta, mas os pagamentos sim.
Tenho a consciência tranquila de ter saído com o dever cumprido, pois me dediquei ao máximo, juntamente com minha equipe para desempenharmos o melhor papel para a população, mesmo sem termos tido estrutura necessária, assim como a imprensa regional por ter divulgado com destaque nossos eventos realizados. E para finalizar quero aproveitar o espaço, para agradecer os funcionários da Cultura e de outros setores que sempre atenderam nossos pedidos e principalmente nos deram a oportunidade de revolucionar a Cultura, como foi publicado pela revista Ella.com” – finalizou Juliana Angeloni.