Quinta-feira, 28 mar 2024
 
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Com 13.824 cargos vagos, defasagem na Polícia Civil segue crescendo

Em 2019, o governador de São Paulo mudou e o cenário desucateamento da Polícia Civil paulista piorou ainda mais

O Defasômetro deste mês mostra uma piora no déficit de 95 cargosem relação ao mês anterior. Só este ano, o déficit aumentou 345 cargos em relação ao fechamento de 2018. É um quadro inadmissível se considerarmos que, em reunião recentíssima dos presidentes das entidades de classe de delegados de polícia, SINDPESP e ADPESP, com o secretário de segurança pública, o representante de Doria na SSP disse em alto e bom som que “não há perspectiva de mudança” (leia emhttp://www.sindpesp.org.br/noticias_det.asp?nt=1649). Os policiais civis pagam um preço alto por tal negligência e a população de São Paulo também.

Os novos dados do Defasômetro, atualizado até 30 de março, apontam o déficit total de 13.824 profissionais na Polícia Civil do Estado de São Paulo. O número representa 32,98% do total previsto em lei.

Faltam hoje 788 delegados de polícia, doze cargos vagos a mais do que no mês passado. Ou seja, 22,75% das vagas previstas para delegados de polícia no estado estão sem profissionais. A cada levantamento, o déficit segue piorando. A nova divulgação do Defasômetro abrange, como em todo mês, os números de todas as carreiras.

Faltam atualmente 3.252 investigadores (38 a mais do que no mês anterior), 3.130 escrivães (38 a mais), 974 agentes policiais (seis a mais), 903 agentes de telecomunicações (treze a mais), 313 papiloscopistas (três a mais), 471 auxiliares de papiloscopista (cinco a mais), 279 médicos legistas, 342 peritos criminais (cinco a mais), 43 desenhistas, 140 atendentes de necrotério (dois a mais), 23 auxiliares de necrotério (três a mais) e 131 fotógrafos.

Pela Lei Complementar 1339/19, 2.344 cargos de carcereiro policial foram acrescidos ao de agente policial, contudo os 3.035 cargos extintos de carcereiros (treze a mais do que no mês passado) permanecerão contabilizados como defasagem, visto que não foram criados cargos em substituição.

Os dados do Defasômetro não apresentaram melhora desde que passaram a ser divulgados, em outubro de 2017 (confira todas as tabelas em http://sindpesp.org.br/defasometro.asp).

Fala a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati

“Reunimo-nos com o secretário e saímos desapontados com a indisposição do Governo em investir, no necessário curto prazo, na Polícia Civil. Se João Doria não tem planos para a instituição, precisamos submeter a questão aos delegados de polícia e saber o que a classe deseja”, explica.

“Pelo visto, há a possibilidade real desta gestão prosseguir da mesma maneira que governos anteriores, que não olharam com atenção para a polícia judiciária. É necessário parar esse déficit o mais depressa possível.

Só investimento sério pode de fato significar que uma efetiva política de segurança pública seja implementada. Investir em polícia judiciária é uma obrigação do Estado, não uma decisão política do gestor”, completa Raquel.