Quinta-feira, 28 mar 2024
 
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Etec Andradina cria projeto para difundir a criação de abelhas sem ferrão

(Foto: Divulgação)

Meliponário ocupará área de 600 metros quadrados e terá abrigos para as colmeias de abelhas nativas da região

Meliponário da Escola Técnica de Andradina terá espaço para pesquisa, práticas pedagógicas, educação ambiental e visitação pública

Alunos e professores da Escola Técnica Estadual (Etec) Sebastiana Augusta de Moraes, de Andradina, estão desenvolvendo um Meliponário Escola para difundir a cultura da abelha sem ferrão e despertar o interesse de estudantes e da população para esse tipo de criação de insetos. A criação desse tipo de abelha é chamada meliponicultura.

O trabalho de construção do meliponário está a cargo dos estudantes dos cursos técnicos de Agronegócio, Agropecuária integrado ao Ensino Médio e na modalidade Alternância. A previsão é que o empreendimento esteja concluído no fim deste ano e equipado para visitação pública a partir de 2020.

Na primeira fase do projeto, as turmas trabalharam na identificação das espécies presentes na região e catalogaram sete tipos de abelhas sem ferrão: Mandaguari Preta, Tubiba, Borá, Jataí, Iraí, Tubuna Scaptotrigona Bipunctata e Mirim. Localizado no campus da Etec, o Meliponário ocupará uma área de 600 metros quadrados, onde serão construídos abrigos para as colmeias de abelhas melíponas nativas da região.

De acordo com o coordenador, Lauro Komuro, o objetivo do projeto é criar um local para realização de atividades de pesquisa e pedagógicas, além de oferecer visitação e educação ambiental aos moradores do município e região. “Vamos contribuir para a difusão e transferência de tecnologia por meio de cursos e palestras que capacitarão estudantes, meliponicultores e pessoas da comunidade do entorno que possam se interessar pelo cultivo”, afirma. Segundo o educador, no espaço será possível pesquisar e cultivar as diferentes espécies de melíponas para reintroduzi-las na região.

Extinção

Outro desafio importante da iniciativa é evitar a extinção das abelhas melíponas que estão sendo ameaçadas por ações humanas que degradam o meio ambiente, como o uso de defensivos agrícolas, destruição de florestas e retirada de colmeias de abelhas nativas da mata. Como medida de preservação, os cursos de capacitação serão dados também aos agricultores para que aprendam a identificar abelhas sem ferrão e se conscientizem do seu valor para a preservação da biodiversidade.

Como a cultura de abelhas melíponas na região de Andradina ainda está começando, a produção é feita em escala artesanal porque os produtores não têm a certificação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Por enquanto, a aplicação desse tipo de cultivo é mais relevante na agricultura com o uso das melíponas na polinização. As abelhas sem ferrão melhoram os índices hormonais das plantas, aumentando a sua produtividade.

O projeto da Etec de Andradina terá o apoio técnico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e contará também com investimentos da Cooperativa Escola, Agropecuária Grendene e da Fazenda Guanabara Andradina.

Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos técnicos ou integrados, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 300 municípios paulistas.

Nas Etecs, o número de matriculados nos Ensinos Médio, Técnico integrado ao Médio e no Ensino Técnico ultrapassa 213 mil estudantes. As Fatecs atendem mais de 84 mil alunos nos cursos de graduação tecnológica.