Sábado, 20 abril 2024
 
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Lula precisa entender que não está acima das leis e instituições, alerta deputado

(Foto: Luis Macedo)

O ex-presidente Lula tenta, a todo custo, desqualificar o trabalho da Justiça e insistir numa suposta perseguição contra ele. Em artigo publicado na Folha, nesta terça-feira (18), o petista de novo posa como vítima e aponta a formatação de um estado de exceção no país. Enquanto isso, em apenas dois meses o líder petista se tornou réu em três ações penais. Para o deputado Nilson Leitão (MT), Lula tem o direito de se defender, mas não está acima das leis e das instituições.

“A Justiça é o foro para se defender. Escrever artigo é um direito que ele tem, mas não dá para tentar contaminar a mente da população brasileira dizendo que está sendo perseguido. Lula está entre todos, e não acima dos outros”, afirmou o parlamentar na terça-feira (18).

Na mais recente denúncia contra ele, apresentada no dia 13, o ex-presidente é acusado pelo Ministério Público Federal de ter cometido crime de lavagem de dinheiro 44 vezes. As irregularidades referem-se a operações de empréstimos do BNDES para financiar obras da Odebrecht no exterior, em especial em Angola. Os contratos fraudulentos podem ter chegado a R$ 30 milhões, dos quais R$ 4 milhões podem ter ido parar no bolso de Lula, que já responde a outros dois processos, nos quais figura como réu.

Nas outras ações, são imputados ao petista crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, no caso dos notórios tríplex do Guarujá e sítio de Atibaia; e de obstrução de Justiça, na tentativa de impedir que Nestor Cerveró, na condição de ex-diretor da Petrobras, revelasse aos investigadores do MP e da Polícia Federal o que sabe sobre o petrolão.

Diante de tantas investigações, há entre os militantes petistas o temor de que seu líder seja preso. Na madrugada de domingo para segunda, alguns deles fizeram uma vigília em frente ao prédio onde Lula mora diante do boato de que a prisão poderia ocorrer no início da semana. O ato foi um fracasso, pois nem o blogueiro que difundiu o boato apareceu na hora certa. No jornal “Folha de S.Paulo”, o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), comentou a vigília. “Os apoiadores de Lula deveriam aproveitar a vigília para ler as denúncias contra ele. Entenderiam o motivo de tanto receio”, disse o parlamentar.

Em seu artigo, Lula diz que não pode se calar diante do que classifica de “abusos cometidos por agentes do Estado que usam a lei como instrumento de perseguição política”. Ele associa a mais recente denúncia aceita pela Justiça a uma possível conspiração contra seu partido devido as eleições municipais.

O ex-presidente ainda classifica as denúncias contra ele de levianas e sem base legal. Negando a realidade, o petista diz que as denúncias não se importam com fatos, provas e normas do processo. Ele nega as acusações e diz que seu governo combateu a corrupção. Afirma ainda que está se erguendo, no país, a sombra do estado de exceção.

“Não adianta todo esse barulho, tentando desviar a atenção e desmoralizar a Justiça, se considerando um perseguido, se considerando um “Tiradentes” ou um “Jesus Cristo”. Ele está bem longe dos dois na biografia e nas atitudes. A democracia tem que servir para ele. As instituições são as mesmas que ele condecorou e indicou pessoas para elas. Agora ele não pode se colocar acima das instituições”, alertou Nilson Leitão.