Sexta-feira, 19 abril 2024
 
Facebook

Fim da exclusividade na exploração do pré-sal tem apoio de tucanos e do presidente da Petrobras

(Foto: Alexssandro Loyola)

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, considera positivo para a estatal o Projeto de Lei 4567/16, apresentado pelo senador licenciado José Serra (SP), que desobriga a Petrobras de ser a operadora única dos campos de exploração do pré-sal. Na avaliação dele, a medida – que deve ser votada na próxima semana no Plenário da Câmara – é importante porque substitui a obrigação pela opção.

Segundo deputados do PSDB, a empresa amarga hoje o prejuízo deixado pela gestão petista, sem margem de recursos para investir em uma exploração que demanda investimentos. Pedro Parente fez declarações sobre o tema depois de apresentar ao presidente Michel Temer o Plano de Negócios e Gestão para os próximos cinco anos. A previsão da empresa é aplicar US$74 bilhões em investimentos de 2017 a 2021.

Para o deputado João Paulo Papa (SP), os benefícios são previsíveis. Para ele “é hora de virar essa página e prestigiar a mais importante empresa do país”. O texto faculta à Petrobras a decisão de participar ou não de consórcios formados para exploração de blocos licitados. Assim, cabe à diretoria a decisão de selecionar seus investimentos, dependendo do seu interesse estratégico e da capacidade financeira. Hoje, ela tem obrigação de participar com 30% de todos os investimentos necessários.

O deputado Miguel Haddad (SP) defendeu a proposta. “Isso não obriga a Petrobras a abrir necessariamente a exploração do pré-sal para outras empresas, mas abre um espaço de manobra, um campo de atuação muito maior”, disse na quarta-feira (28).

Para destravar o investimento do setor, o Plano de Negócios e Gestão apresentado pelo presidente da estatal pretende diminuir o déficit da Petrobras pela metade já nos dois primeiros anos de ação. A partir de 2018, ela poderá crescer nos três anos seguintes. Ou seja, no fim desse período a estatal deve produzir 3,4 milhões de barris de óleo e gás por dia. Isso, de acordo com Parente, a colocaria entre as maiores do setor.

A empresa tem uma dívida superior a US$ 120 bilhões. Mesmo descontado o caixa da empresa essa dívida diminui, mas ainda é cinco vezes maior que o caixa anual. “Para ter uma empresa que seja realmente saudável, precisamos trazer para um nível correspondente à metade dessas cinco vezes. Então, o plano prevê que, no final de 2018, estaremos com uma dívida que vai corresponder a, no máximo, duas vezes e meia a nossa geração operacional de caixa”.

Para o deputado Miguel Haddad, as mudanças permitem um espaço muito maior de trabalho para a Petrobras. “Vai inclusive valorizar a empresa como um todo no mercado. É um ganho e uma modernização do sistema e a Petrobras não teria condições de explorar todos os campos do pré-sal”, reiterou o parlamentar.