Quinta-feira, 25 abril 2024
 
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PT e Lula deveriam explicar graves acusações em vez de só atacar instituições, cobra deputado

(Foto: Alexssandro Loyola)

Em dois episódios que marcaram a semana – a aceitação da denúncia do Ministério Público contra Lula e a prisão do ex-ministro petista Guido Mantega -, a reação do PT e de outros aliados do ex-presidente foi a mesma: atacar os acusadores e denunciar suposta perseguição à legenda. Sobre o mérito das acusações, quase nada disseram.

Na avaliação do deputado Rocha (AC), é simples entender o motivo dessa reação: o partido de Dilma e Lula não tem como justificar os malfeitos que têm sido desvendados dia após dia por meio do trabalho de instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF).

Na terça-feira (20), o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, aceitou a denúncia oferecida pelo MPF na semana passada contra Lula e outras sete pessoas, incluindo a ex-primeira-dama Marisa Letícia. De acordo com a denúncia do MPF, acatada na íntegra por Moro, o ex-presidente cometeu crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Os procuradores alegam que Lula seria o cabeça de todo o esquema de corrupção que atingia as mais diferentes estruturas da administração federal, inclusive a Petrobras.

Já na quinta-feira (22) foi a vez de o mais longevo ministro dos governos petistas ser preso pela 34ª fase da Lava Jato. Mantega é acusado de envolvimento em esquema ilícito na Petrobras para beneficiar o PT. O empresário Eike Batista declarou em depoimento que, em 2012, recebeu pedido do então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do partido. O pagamento, de cerca de R$ 4,7 milhões, foi feito por meio de contrato fraudulento firmado com a companhia. Mantega foi liberado pela PF poucas horas depois porque a Justiça entendeu ele não deve oferecer riscos ou interferir na colheita das provas.

O fato é que em ambas as situações, o PT ignorou o mérito das denúncias. Ao contrário: preferiu atacar mais uma vez a Justiça Federal e falar em perseguição política, como fez o presidente da sigla, Rui Falcão, que tentou associar a ação da PF com a proximidade das eleições municipais. Já Lula, em vez de dar explicações, preferiu apontar uma suposta parcialidade do juiz Sergio Moro.

“Como não têm argumentos para justificar os atos praticados durante o governo petista, restou para eles a tentativa de desqualificar a Justiça, a Polícia e até a imprensa. Não sobrou para eles outra coisa a não ser tentar desqualificar as instituições. Mas isso não tem mais eco na sociedade, pois o povo acordou”, apontou Rocha nesta sexta-feira.

O deputado afirma que a população já esperava o momento em que as investigações chegariam em Lula e seus principais aliados, como Mantega, que foi o ministro responsável pelo desastre da economia nos últimos anos. No caso do ex-ministro, os investigadores buscam o elo financeiro entre o esquema de corrupção que teria sido montado pelo PT na Petrobras e os governos Lula e Dilma. A suspeita é que um destes elos seria o próprio ex-ministro. Ministro e então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, ele seria uma peça fundamental, até pelo poder que detinha sobre todo o sistema financeiro nacional.

“A verdade é que o PT hoje tem todas as suas principais lideranças envolvidas em esquemas de corrupção. A Polícia Federal, de forma autônoma e independente, mesmo com os empecilhos criados pelos governos deles, conseguiu desvendar essa quadrilha que se instalou no poder. O PT começou como partido de presos políticos e terminará como partido de políticos presos”, ressaltou, ao se referir a uma famosa frase do falecido jornalista Joelmir Betting.