Quarta-feira, 24 abril 2024
 
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Córrego “Cojó” também pode estar sendo contaminado pela concessionária de água e esgoto

Águas de Andradina pode estar cometendo crime ambiental abertamente, sem qualquer providência dos órgãos de fiscalização

Andradina – A reportagem do Grupo FOLHA REGIONAL recebeu denúncia sobre possível prática de crime ambiental no Córrego da Saudade (atrás do presídio) como segue abaixo:

“Desde 2010 quando a empresa CAB Ambiental venceu o processo licitatório e tomou para si a concessão do serviço de água e esgotamento sanitário do município, um grave crime ambiental vem ocorrendo livremente, sem que qualquer órgão fiscalizador ou a justiça tome qualquer providência contra a atuação da empresa.

O crime ambiental é do conhecimento da Cetesb, Secretaria do Meio Ambiente e da Arsae (que deveria ser o órgão fiscalizador), no entanto se dá numa área fechada pela Águas de Andradina, cuja entrada é proibida, para que a população não saiba das atrocidades ali cometidas.

O pior crime é a falta do tratamento do esgoto, que praticamente não recebe nenhum tratamento e vai direto para o manancial, poluindo seriamente a água que alimenta outros municípios e área rural por onde corre.

Outro crime é a presença de animais que se alimentam de dejetos humanos como capivaras, jacarés, dentre outros que a reportagem não capturou imagens, que a partir desta matéria deverão ser retirados pela Sociedade Protetora dos Animais ou Policia Ambiental e levados para um local adequado.

Uma estação de tratamento deve seguir as normas internacionais de preservação ao meio ambiente e as leis brasileiras que devem ser auferidas pela Cetesb.

Lei de preservação ao meio ambiente

Assim que a água chegar à estação de tratamento de esgoto, ela pode passar por, até, três estágios de tratamento (dependendo da estação). O tratamento primário faz a mesma função que uma fossa séptica, permitindo que os sólidos sejam separados da água, fazendo com que a espuma suba.

O sistema coleta os sólidos que serão descartados, e esse tratamento primário envolve uma tela, seguida por um conjunto de reservatórios ou tanques que deixam a água em repouso, para que os sólidos sejam separados.

Esse tratamento pode chegar a remover metade dos sólidos, dos materiais orgânicos e bactérias da água. Caso a estação de tratamento só realize o processo primário, a água será clorada, para matar as bactérias remanescentes, e escoada.

No tratamento secundário, os materiais orgânicos e nutrientes serão removidos, com a ajuda de bactérias. Sim, elas irão ajudar nesse processo de remoção, uma vez que a água será levada para grandes tanques de aeração, onde elas (as bactérias) vão consumir tudo que puderem. Então, os dejetos irão para tanques de sedimentação, onde as bactérias serão depositadas, podendo remover, até, 90% de todos os sólidos e materiais orgânicos dos dejetos.

Já o último estágio, o terciário, pode variar conforme a comunidade e a composição dos dejetos. O terceiro estágio costuma utilizar produtos químicos, para remover o fósforo e o nitrogênio da água, mas, também, pode incluir tanques de filtração e outros tipos de tratamento. O cloro, se combinado a água, pode matar qualquer bactéria que insista em permanecer, e, por fim, a água é escoada.

Em Andradina

O local onde o fato está ocorrendo é atrás do presídio de Andradina, bairro Pereira Jordão, cuja lagoa é conhecida por Córrego da Saudade. A reportagem capturou imagens fotográficas e filmagens durante três dias no local e não constatou a presença de nenhum funcionário da Águas de Andradina aplicando qualquer produto químico no esgoto.

No local existiam três lagoas de tratamento, no entanto a Águas de Andradina fez uma tubulação direta de captação do esgoto que vem da direção do presídio, passa por trás da primeira e da segunda lagoa (esta já está seca por ter sido inutilizada) e despeja fezes e toda sujeira do esgoto diretamente na terceira lagoa, onde os animais ficam e dali, sem nenhum tratamento escoa para o manancial.

No contrato firmado em 2010 com a Prefeitura Municipal, a empresa CAB Ambiental ficou responsável pelo tratamento e destinação do esgoto do município, no entanto, o que se vê 5 anos após, é um descaso com a população, com o meio ambiente e com os animais, que por lei não podem permanecer em áreas de tratamento de esgoto sanitário”.

Após a publicação acima, a reportagem recebeu denúncias de que a CAB Ambiental estaria cometendo o mesmo crime no Córrego Cajó (antiga Figueira).

A reportagem esteve no local, no entanto a entrada é proibida e não havia nenhum funcionário para permitir a entrada. Portanto, as fotos são do denunciante e serão anexadas a denúncia enviada aos órgãos competentes.