Quinta-feira, 25 abril 2024
 
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Investimento para transporte de órgãos em voos da FAB é essencial para salvar vidas

(Foto: Divulgação: FAB)

A Força Aérea Brasileira será ressarcida dos voos realizados para transporte de órgãos em todo o Brasil. Com isso, a gestão para atender a demanda será otimizada. Além de reunir as equipes – cirúrgica, clínica e multiprofissional de transplantes – num mesmo voo, agora o transporte também está garantido.

Um acordo assinado entre os ministérios da Saúde e de Defesa, sob a forma de “Termo de Execução Descentralizado” (TED), assegura o repasse de R$ 5 milhões para a cobertura das despesas e a FAB garante uma aeronave disponível para fazer o deslocamento. Segundo deputados do PSDB, dessa forma fica assegurado o deslocamento rápido de órgãos e tecidos para transplantes em todo o Brasil, salvando muitas vidas.

“É uma parceria muito apropriada”, afirma o deputado Izalci (DF). Segundo ele, tendo em vista as dificuldades para obter a doação e compatibilidade entre os órgãos, a agilidade no transporte é essencial. “Se você não consegue transportar no tempo certo e dentro dos padrões, acaba perdendo muito”, alertou. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tecnicamente são quatro horas entre a retirada do órgão até a implantação. “Alguns órgãos deixavam de ser aproveitados por falta de logística para cumprir o prazo necessário”, disse o ministro.

O deputado Bruno Covas (SP) também considera a medida altamente positiva, pois busca solucionar um problema antigo que, na avaliação do parlamentar, “infelizmente foi negligenciado nos últimos anos. Ele disse ainda ser este um investimento importante por ser diretamente responsável por salvar vidas que estão aguardando e não podem atrasar minutos para poder ter um transplante adequado.

Por ter aviões em várias bases do Brasil, os deslocamentos ganham em agilidade, item essencial para o aproveitamento e transplante de órgãos. “As filas de espera ainda são imensas. Então o que for feito no sentido de incentivar é válido. Essa parceria é muito importante”, reforçou Izalci.

Balanço

Em junho, o presidente em exercício, Michel Temer, assinou o decreto determinando a disponibilidade de aviões da FAB para o transporte de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplante em todo o território nacional.

Em julho, os números indicam o êxito da decisão: até julho, 697 órgãos foram transportados no Brasil. Desse total, 52 foram feitos pela FAB – 47 após a publicação do decreto – sendo 24 corações, 15 fígados, três pulmões, dois rins e três pâncreas.

De acordo com Fernanda Bordalo, chefe da Coordenação Nacional de Transplantes, o transporte aéreo é muito importante para o aproveitamento do órgão em função do tempo de isquemia (falta de irrigação sanguínea). No caso do coração, são apenas quatro horas após a retirada do paciente. “É um ganho inestimável para nós”, afirma a coordenadora sobre o apoio logístico aéreo prestado pela FAB.

Além da FAB, o Ministério da Saúde também mantém parceria com as companhias aéreas brasileiras para transporte de órgãos. Nesse caso, as equipes médicas são transportadas com prioridade de voo e decolagem das aeronaves.