Sexta-feira, 19 abril 2024
 
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Menos de 7% dos paulistanos tem intenção de contrair empréstimos nos próximos meses, aponta FecomercioSP

Segundo a Entidade, Índice de Intenção de Financiamento caiu 28,2% na comparação com maio de 2015 e deve influenciar negativamente as vendas do Dia dos Namorados

São Paulo - O Índice de Intenção de Financiamento atingiu 14,4 pontos em maio, leve elevação de 0,8% em relação ao mês anterior. Apesar do aumento, o resultado é o segundo menor da série histórica iniciada em junho de 2012. Na comparação com maio de 2015, quando o indicador registrou 20 pontos, o recuo foi de 28,2%, o que sinaliza que, assim como foram baixas as vendas no Dia das Mães, os gastos no Dia dos Namorados também serão menores. Apenas 6,9% dos entrevistados afirmaram ter intenção de contrair empréstimos nos próximos três meses, ante 6,6% em abril e 9,5% em maio de 2015.

Os dados são da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, apresentou queda (-4,9%) na comparação com abril e atingiu 80,1 pontos. Já no comparativo anual houve recuo de 0,8%. Entre os endividados, o índice caiu 5,1% no mês, enquanto, entre os não endividados, registrou diminuição de 4,1%.

De acordo com a FecomercioSP, existe uma retração da intenção de financiamento das famílias, que receiam não poder honrar compromissos no médio e longo prazos. Esse comportamento responsável é o que tem mantido o risco de crédito estável, apesar de elevado, mesmo em um momento de aumento do desemprego. Porém, a Federação alerta para o risco de inadimplência caso o desemprego suba ainda mais neste ano. Toda estratégia de controle de gastos e corte de despesas tem limites, e as famílias podem estar chegando perto dele.

Aplicações

A poupança continua a ser a preferida dos brasileiros, mas tem perdido espaço para renda fixa por conta da inflação e da Selic elevadas. Em maio, 68% dos aplicadores tinham na poupança o principal destino dos seus recursos. Em maio de 2015, a proporção era de 72,1%. Segundo a Entidade, a poupança continua gradativamente a perder espaço tanto para a renda fixa quanto para previdência privada, como era esperado diante de juros nominais de 14,25% e do envelhecimento da população.

A proporção de investidores cuja principal aplicação é a renda fixa atingiu 19,5%, ante 16,6% no mesmo mês de 2015. No caso da previdência privada, a parcela passou de 5,6% para 7% no mesmo período. Já nas aplicações em ações, a proporção chegou a 3,2%, após meses de estabilidade ao redor de 2%.

Para a FecomercioSP, a tendência é de que os juros básicos sejam reduzidos e é possível, assim, que os investidores que mantiverem a poupança voltem a apostar na segurança da caderneta. Por outro lado, muitos aplicadores tendem a ser bastante resistentes a mudar de aplicação no curto prazo, o que deve evitar alterações bruscas no quadro atual.

Sobre a PRIE

A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) - apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) - tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.

Sobre a FecomercioSP

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 157 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista - aproximadamente 4% do PIB brasileiro - e gera 5 milhões de empregos.