Sexta-feira, 26 abril 2024
 
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Governo divulga redução da miséria com dados oficiais defasados

Brasil - O uso de dados maquiados na área social por parte do governo foi criticado pelo deputado Raimundo Matos (CE) na quinta-feira (11). De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), há uma defasagem nos valores correspondentes às chamadas linhas da miséria e da pobreza. Com isso, os números sobre a redução da pobreza podem estar distorcidos. O parlamentar do PSDB criticou ainda a inexistência de indicadores de porta de saída do Bolsa Família, apontada pelo TCU.

O tribunal mostra que há uma defasagem no valor das linhas que separam miseráveis e pobres da classe média devido ao aumento da inflação e do dólar nos últimos anos. Os valores de R$ 77 per capita, que o governo considera como linha da miséria, e R$ 154, da pobreza, deveriam ser reajustados para R$ 100 e R$ 200, respectivamente. O reajuste é necessário para atender ao valor de referência internacional que baseou a implantação do Bolsa Família. Por esse princípio, quem é classificado como pobre ou miserável passa a ter direito ao benefício.

Matos avalia que o governo do PT é especialista na maquiagem de números oficiais. O tucano critica a presidente Dilma por utilizar números defasados como mote de campanha. “O governo petista é expert em maquiar dados e divulgar fatores não reais, como observamos nesse caso apontado pelo TCU”, disse. “O governo não fala a verdade, como sempre, e não dá transparência aos indicadores em sua publicidade”, completou.

A presidente Dilma faz questão de destacar que 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza com os programas assistenciais. Fica constatado, porém, que o número é fundamentado em dados defasados, e por isso essa é mais uma “meia verdade” apregoada pela petista, observa Matos.

O deputado afirma que, no momento em que o país passou a sofrer um novo processo inflacionário, com preços em ascensão, aqueles que tiveram a oportunidade de sair da linha da miséria, ou mesmo da pobreza, retornaram ao antigo patamar. Isso seria evitado, de acordo com ele, se houvesse programas efetivos que garantissem a inclusão social e real melhoria da qualidade de vida da população mais pobre.

O deputado saiu em defesa da recomendação feita pelo TCU ao governo de que é preciso melhorar os indicadores dos programas sociais, além de trabalhar para criar ações de “porta de saída” para os beneficiários. “Sem ter uma contrapartida dos beneficiários tende-se a vulgarizar os programas e fazer clientelismo com eles. Com a banalização do Bolsa Família ficou até difícil acompanhar o programa”, concluiu.